domingo, 9 de agosto de 2009
Para a Carolina
Carolina e as aranhas
Carolina tem medo de uma aranha.
Ela diz que a aranha arranha.
Ela grita: Ninguém a apanha?
Ela diz que a aranha é tamanha,
mesmo que a aranha seja pequenina,
muito mais que a unha da Carolina.
Carolina tem aracnofobia,
uma palavra tão complicada,
que até suspeito que é uma alergia
mais à palavra do que à picada.
Eu acho que uma teia é uma obra de arte,
mas Carolina vê teias em toda a parte,
Carolina acha que uma teia
é uma coisa muitíssimo feia…
Carolina tem medo de todas as aranhas.
Carolina estremece nas entranhas
quando vê esse artrópode estranho.
E como nunca ouviu falar de nenhum aranho,
o que foge às regras,
acha que todas as aranhas são viúvas... negras
Carolina toda se arrepanha
quando vê uma aranha.
Carolina diz-me: Porque não a matas?
Carolina tem medo daquelas patas,
acha mesmo que são mais de dez
e, como ela pernas só tem duas,
comprou mais cinco pra juntar às suas
e poder fugir a sete pés…
Anthero Monteiro, A Sara Sardapintada,
V. N. Gaia, Corpos Editora, 2004
(com ilustrações de Sara Príncipe)
Fonte: A Praça da Poesia
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário